Com o tempo que passa sem se ver, e nos transforma, o ser humano bom na essência, perdoa sempre com o coração .
Esse tempo veloz muito mais forte que nós mostra-nos o inimaginável.
Portanto ninguém passa nesta vida sem acertar contas com a sua natureza e nem com a natureza do que passa por si, e essa , é a força motora naturalmente divina em nós. A energia de tudo. A força sagrada de tudo. A vida de tudo.
Do consciente ao subconsciente, e vice versa, sentimos ,pensamos e agimos. Tudo o que só nós sabemos, só nós podemos fazer acontecer. A Natureza é por si viva, sensível, essencial e maravilhosa. Tão poderosa que o Homem não tem qualquer poder sobre ela. Somente a humanidade pode ter esse poder e somente a humanidade pode acontecer, se toda a diversidade tiver tempo de exercer o seu poder, a sua capacidade, a sua individualidade e a sua liberdade , então a humanidade é sentida , tal como o tempo , o tempo que vive e passa tão calmamente por nós.
O Sagrado quando se zanga é justo, mas muito mais injusto e devastador.
Quando não acontece o respeito pela liberdade, pela diferença, pela igualdade, pelos direitos humanos, a paz não pode acontecer, e a educação deixa de funcionar. O respeito e a educação fazem milagres acontecerem. Se o respeito pelo direito à evolução do outro não existir, a união, o amor, a fraternidade, a justiça, a lealdade, e a humanidade não existem entre os homens . A Natureza manifesta-se então com toda a sua energia, a sua tão poderosa, tão imbatível força divina. Destrói ou constrói desta ou daquela forma moldando sempre o homem à sua medida. Quando menos esperamos vemos acontecer o inesperado , de nós para os outros e dos outros para nós, o que de cada um foi pensado ou sonhado passa a ser visto , sentido, declarado.
Todos os seres vivos , na sua metamorfose , conservam a essência da natureza, a sua notoriedade e a essência da sua verdade.
Com o tempo tudo acontece ou pode acontecer, e só depende de nós a arte de saber ser, nesse tempo que não se vê, mas é a solução, é a razão da equação com o mundo que nos cerca, e a vida e a morte só podem ser as duas parcelas da nossa evolução para outra dimensão.
Manuela Pinheiro, crónicas de uma vida pequena, 2016 d.a.
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