quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

CATEDRAL DE HORRORES, O OUTRO LADO DO SILÊNCIO



Serôdia saudade
me avulta sal às lágrimas
numa tabuada desperdiçada em solidões.

Isolamentos escritos à mão
de mananciais crus do passado
que me envelhece os cadernos nus da alma.

Cadernos de mofos incontidos
numa senda de lembranças peneiradas
em tesouros apalavrados de escassa fulgência.

Alcovas de vento dão lustre ao suspiro
que me enverniza o silêncio com agnosticismo.

Lustres são donzelas
qual jóia me torture o pescoço
com versos do meu reverso prolixo.

O mar enrola-se no meu olhar
com invernos de avental conspurco
por momentos estátua sucumbidos ao gelo.

Durmo em cama de fogo em coma
numa tela onde os pincéis foram sonhos.

Utopias de lã falante
em sola gasta na calçada do meu acordar.

Tela onde as cores
são sentimentos andantes
de pedra em pedra pelo labirinto do infinito.

Distâncias que me empurram
o pensamento para dentro de mim.

Sinto-me em casa
quando a noite cai sobre o pulso
da poesia que me aquece as vozes
do muro que veda o tempo excessivamente.

Vazios gritam
numa catedral de horrores
nas mãos sábias de uma avó
que engendro em vultos para me aconselhar
dos escudos onde escondo hipérboles de sentir.

Melindres febris
tendem pôr-me os pés
em emoções sombra num golfo
de manhãs sem alçapão para a razão.

Aprendi voar vertigens
do sol fechado nas veias de um abismo
impulsivo no meu sangue de riso espontâneo.

Meu coração bate
vindo ao de cima num charco de amor
onde beijos repentinos são sofrimentos
de rotina amadurecida no tremor dos lábios.

Poema Oferecido Do livro de poesia de um Bom Amigo Henrique Fernandes

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Curtinha e Certeira


"É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade. Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber. O governo não pode dar a alguém aquilo que não tira de outro alguém.
Quando metade da população entende a ideia de que não precisa trabalhar, pois que a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação. É impossível multiplicar riqueza dividindo-a."
Adrian Rogers, 1931

sábado, 11 de dezembro de 2010

A Única Coisa que Desculpa o Casamento é o Amor

Na carta que lhe escrevi dava-lhe, como me tinha pedido, a minha opinião sobre o casamento. É a seguinte: acho o casamento uma coisa revoltante! E isto por uma única razão mas que para mim é tudo, para mim e para aquelas mulheres que não são apenas fêmeas, para todas as delicadas, para todas as que têm pudor, espírito e consciência. Essa razão é a posse, essa suprema e grande lei da Natureza que, no entanto, revolta tudo quanto eu tenho de delicado e bom no íntimo da minha alma. Ganha-se um amigo muitas vezes, é certo; um amigo que às vezes é o nosso supremo amparo, mas em compensação quantas revoltas, quantas mágoas, quantas desilusões! Quantas!... A minha querida faz bem, faz muito bem em não se querer sujeitar ao mercado, à venda. Eu casei e casei por amor. É a única coisa que desculpa, no meu entender, o casamento, porque do contrário, quando nele apenas entram o interesse e a ambição, revolta-me e indigna-me.

Florbela Espanca, in "Correspondência (1916)"

domingo, 5 de dezembro de 2010

Aviso da Polícia Judiciária

Jorge Monteiro
(Inspector)
Área Técnica Profisional
Instituto superior de Polícia Judiciária e Ciências Criminais
Quinta do Bom Sucesso, Barro - 2670 - 354 LOURES
Telf: 219844265

COMO FUNCIONA O GOLPE DO TELEFONE...
Ligam para a sua casa, empresa ou telemóvel, dizendo que é do
Departamento Técnico da empresa telefónica local, ou da empresa que
trabalha para a mesma.

Perguntam se o seu telefone dispõe de marcação por 'tons'.
A marcação de um telefone pode ser por impulsos (pulse), ou por tons (tone).
Hoje em dia, todos os telemóveis dispõem da marcação por tons, o mesmo
acontecendo com a maioria dos telefones fixos.
Com o pretexto de que estão a testar o seu telefone, pedem-lhe para discar
90#.

Uma vez executada esta operação, a pessoa informa que não há nenhum
problema com o seu telefone, agradece a colaboração e desliga.
Terminado este procedimento, você acaba de habilitar sua linha telefónica
como receptora a quem lhe acabou de lhe telefonar; isto chama-se
'CLONAGEM', ou seja, uma copia fiel da sua linha telefónica.
Daí em diante, todas as ligações feitas por aquela pessoa que lhe telefonou
inicialmente, serão DEBITADAS NA SUA CONTA DE TELEFONE.

ATENÇÃO:
Isto está a ocorrer com telefones fixos e com telemóveis.
Nunca digite 90 # no seu telefone.
Até agora as companhias telefónicas não sabem como parar, detectar ou evitar
esta fraude.
Por isso, é importante que essa informação SEJA PASSADA AO MAIOR
NÚMERO POSSÍVEL DE PESSOAS