quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007
O Despertar da China
A grande China está a despertar, a virar-se para o mar, e a querer reclamar o papel de super potência outrora ocupado pela Ex-URSS. Espero que a frase de Napoleão “quando a China acordar o mundo abanará” signifique progresso, signifique paz e signifique qualidade de vida, qualificação de valores e reconhecimento justo a todos os que nesta Europa, que já demonstrou, não vai conseguir caminhar por si só, mesmo assim, nela se esforçam, trabalham e lutam pelo sonho que lhes vai na alma e pelo seu grandioso valor, que é acima de tudo o valor de cada um de nós, ou seja, o valor humano de cada um, que tem e deve passar pelo reconhecimento e valorização pessoal, económica ou financeira. Hoje, podemos dizer que o que acontece na Ásia afecta as nossas empresas e organizações e desta forma o nosso pequeno mundo quotidiano. A China está actualmente reconhecida como uma grande super potência. A estratégia total que daí resulta dá claramente credibilidade a esta ideia, já que se assiste a um grande crescimento económico, resultado das reformas económicas que mudaram radicalmente a economia chinesa, e, a um aumento do poder militar, a procurar a modernização, o desenvolvimento tecnológico e a capacidade de projectar poder e, finalmente, fazer face ao claro desenvolvimento da sua política externa. Os requisitos necessários para se ser uma super potência correspondem ao poder de um país para: exercer influência externa excelente e excepcional nos planos cultural, económico, militar, psicológico e político, usufruindo de maior liberdade de acção no sistema internacional, assegurando autonomamente a sua defesa militar contra quaisquer poderes existentes isolados ou associados, e além disso, liderar grandes blocos de países ou grandes pactos militares. Virada para a capacidade ofensiva designada por “defesa activa”, ou seja, “capacidade para entrar numa guerra limitada, altamente tecnológica, com os seus vizinhos fracos, em especial da periferia marítima”. Para consolidar esta nova estratégia a China tem no topo das suas prioridades a modernização da Marinha, seguida pela Força Aérea e pela constituição de forças de reacção rápida. Com os novos navios que está adquirir à Russia e os que está a construir, a China pretende mostrar o seu poder nas “blue waters”. Por outro lado, como contrapartida, o Exército de Libertação do Povo está a ser reduzido em 500.000 efectivos. Na revolução do Aço, constroem-se cidades que comportam sete milhões de habitantes, e enquanto isso, o operário que tiver o azar de ficar sem um dedo, ou mesmo sem uma mão, ou um braço, no desempenho do seu trabalho, muito mal remunerado, vai para casa e não tem direitos de saúde e nem de assistência social que lhe permitam sobreviver de imediato, por não poder trabalhar, por ter sofrido um acidente grave de trabalho. O salário que auferem corresponde a 50 euros mensais. O elemento humano, porque é decisivo para a transformação dos poderes pode ser factor de força ou de fraqueza dos países. O grande problema actual da China esta ligado com as capacidades técnicas do seu povo. Efectivamente, as diferentes direcções políticas extremamente conservadoras e os modos de vida tradicionais num território amplamente rico conduziram a uma carência contagiosa de tecnologia e de saberes modernos que permitissem aproveitar esses recursos. Esta consciência fez reflectir a direcção política chinesa que está actualmente a conduzir a China para um novo sistema de forma a industrializar rapidamente o país numa estratégia total que visa a supremacia absoluta e uma forte posição no conjunto mundial. Este é, por conseguinte, um sério aviso aos seus vizinhos concorrentes. A China vai querer controlar o “Rimland” de Spykman com vista ao controlo da Eurásia, tendo como alvos a curto prazo a apropriação de recursos petrolíferos e piscícolas do Mar do Sul da China e das Ilhas Spratly e Paracel. De recordar recentes conflitos diplomáticos devido à presença de navios de guerra chineses junto das ilhas Spratly (cerca de 190 ilhas e recifes, numa área de 150000 milhas quadradas no Mar do Sul da China). Estas ilhas, ricas em petróleo e gás natural, são contestadas não só pela China, que as considera historicamente suas, como também pela Formosa, nome que os nossos navegadores deram à ilha agora mais conhecida por Taiwan, também o Vietname, Filipinas, Malásia e Brunei. A passagem da soberania de Macau para a China e a resolução da questão de Timor são o fim de uma odisseia que os nossos antepassados iniciaram há mais de 500 anos. Fomos os primeiros e os últimos ocidentais a sair do oriente. Os estados do Sudeste Asiático estão conscientes dos programas militares da China e da ameaça que ela representa. Sendo assim, ser uma super potência completa inclui também extraordinária dimensão geográfica, população da ordem das centenas de milhões com apreciável qualidade cultural e técnica, e elevada taxa de auto-suficiência. A China surgiu como mercado bastante atraente, assemelhando-se a um verdadeiro oásis nestes tempos de aquecimento global. E lá vamos nós a correr comprar o Natal à loja dos chineses… Parece que não temos outros aromas, e nem remédios. Engraçado, eu até já tenho uma chinesa real e outra virtual no meu leque de amigas. E, como é agradável a sua companhia. Delas, posso dizer, que são simpáticas, cultas, inteligentes, e, sobretudo responsáveis nos trabalhos que realizam. São sobretudo pessoas com valor, que apenas querem melhorar as suas vidas. Com a Viagem do Primeiro-ministro à china, vamos ver, que novidades trás de lá para os Portugal, que possibilidades terão os portugueses de reconhecimento, nas novas empresas e lojas a abrir brevemente, com a construção das novas cidades e empreendimentos na China? E, se o preço que vão ter que pagar os portugueses por terem que viajar para tão longe, abandonando a sua terra para poderem conseguir trabalho e possibilidade de sobrevivência, ou seja, de que forma e em termos percentuais essa correspondência entre chineses e portugueses será calculada. Desculpem a extensão do texto que corre o risco de ter que ser lido em duas vezes, mas é que eu, quando escrevo, escrevo e pronto*Por favor gozem de um Excelente Fim De Semana* Manuel@Pinheiro
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