domingo, 25 de fevereiro de 2007
Odisseia Queiroziana
Às dez, hora combinada
Tudo entrou sem hesitar
Na carrinha estacionada
Para a Tormes nos levar
Eu cheguei mesmo na hora,
E logo ouvi a Rosinha
Deitando a mão para fora,
Venha p’raqui ó Julinha!
Em poucos minutos apenas
Deu-se início do passeio,
Mas acontece que as pequenas
Iam cheias de receio
Para animar este grupo
Ana Maria abre a sessão,
E num espaço muito curto,
Começou a reinação
Anedotas variadas
Algumas de alta linhagem,
E, modinhas entoadas,
Realçaram a paisagem
Começou a ver-se o Douro,
E a magia dessas serras…
Retrata em letras de ouro,
A tal cidade e as serras…
Mas alguém mais concentrado,
Alertou o motorista,
O senhor está errado,
Não é esta a nossa pista!
Ignorando aonde estava
E que caminho tomar,
Virou para outra estrada
Sem certeza de acertar
Dentro em pouco íeis-nos chegados
À tal dita Fundação,
Um pouquito esfomeados
Esperamos refeição
Aos aperitivos demos largas
Toda a gente deu ao dente,
Franguinho e arroz de favas,
Deixam a malta contente
Após grande almoçarada
A visita começou,
E viu a turma emocionada,
O que o Eça nos deixou
Umas compritas apenas
Num lagar daquele tempo,
Entretiveram as pequenas,
Durante um largo momento
Para o fim um cafezinho,
Num local já em progresso,
Pusemo-nos a caminho,
Iniciou-se o regresso
Esta bela odisseia
Não muito tempo durou,
A coisa tornou-se feia,
Alguma peça estoirou
Em redor de todas nós
Havia fumo espesso,
E ouviu-se numa só voz,
Ai Jesus que aqui pereço!
Cá fora mas já a salvo,
Fizemos a apreciação,
Cada qual dizia algo,
Encarou-se a situação
Havia muita sugestão,
Eu só queria boleia,
Ó menina isso é que não,
Afaste daí essa ideia!
Todas juntas é que é
Daqui ninguém vai sair,
Com o solzinho no pé
Esperemos o que há-de vir!
A fé era muito grande,
Vale a pena esperar,
Na carreira há quem mande
E cá nos virão buscar…
Só que o tempo foi passando
E sem alguém aparecer,
Então fomos desanimando,
E, o melhor foi esquecer
Depois de longo esperar
Foram raios e coriscos,
Mas, nada vou relatar
P’ra não correr outros riscos
E quanto à visita em si,
E num balanço final,
Eu murmuro para mim,
É lindo este Portugal…
(Maria Júlia Barroso Serôdio) – Amiga e Senhora de minha casa, todos os dias, e por quem tenho enorme apreço, aqui a deixo, nesta hora de grito e alerta pela SALVAÇÃO da região transmontana. *
Quero também lembrar alguns maravilhosos escritores transmontanos e durienses, como Aquilino Ribeiro, Teixeira de Pascoais, Eça de Queiroz, Miguel Torga e Guerra Junqueiro, nesta luta, que afinal é de todos nós! Manuel@
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário